Doce Taiada

A "TAIADA"

A talhada, mais popularmente chamada de “taiada”, é um doce típico de Caçapava (São Paulo). Não se sabe ao certo a origem deste doce confeccionado com gengibre, cana-de-açúcar e farinha de mandioca branca. Acredita-se que tenha influência dos povos indígenas, já que um dos seus ingredientes é a farinha de mandioca, produto que faz parte dos pratos deste povo.

Antigamente, o consumo do doce na cidade era tão grande que originou o nome dos habitantes que nascem em Caçapava.

Os soldados que serviam no Regimento Ipiranga da Cidade de Caçapava, ao serem dispensados aos finais de semana, iam até um bar que ficava em frente ao quartel, onde compravam a “taiada” para levar para casa. Ação esta que já tinha virado tradição entre os militares. Toda vez que eles iam se despedir dos que ficavam, gritavam: “tchau, taiada!”. Por causa disso, o povo de Caçapava é carinhosamente chamado de “Taiada”.

Taiada é a forma acaipirada de talhada, doce que se deixa talhar, assim como coalhar. O prato, que é um patrimônio da cidade, difere-se da rapadura, pois não é feito somente da cana-de-açúcar. Seu tempo de preparo é muito maior, durando aproximadamente três horas. Ele é fervido, engrossado e, depois de seco nas formas é vendido em quadrados de 10 a 12 cm.

Para se fazer um tacho, 100 litros de caldo de cana dá aproximadamente 30 litros de melado, que deve ser misturado com 10 quilos de farinha e meio de gengibre.


RECEITA

A produção da taiada:

A primeira fase é a moagem da cana, para extrair a garapa.
Durante a extração da garapa, o fogo já deve estar preparado. A garapa é então derramada em um tacho de cobre por volta de 60 litros, que renderá de 45 a 50 taiadas.

A garapa aos poucos vai engrossando até virar melado, que pode ser utilizado também como grande arma medicinal. Acredita-se que, com apenas uma colher de sopa por dia, pela manhã, é possível prevenir-se contra várias doenças, como a gripe, bronquite e outras.

Assim que o melado engrossa passa-se para a tiragem do "ponto", que consiste em colocar um pouco do melado grosso em uma cumbuca com um pouco de água. Se aquele pouco de melado grosso, ao ser jogado na água virar uma "balinha de açúcar", está na hora de "descer", isto é, tirar o tacho do fogo e colocá-lo em uma mesa mexendo sempre e adicionando a farinha de mandioca e o gengibre, até chegar ao ponto certo.

Virar o doce em formas próprias, onde estará pronto após 5 minutos.

A Taiada dura aproximadamente de 10 a 20 dias.